terça-feira, 18 de maio de 2010

Troféu Abacaxi


Ainda sobre o ser mais leve e divertida. Fiz uma bolsa com retalhos de tecido, em forma de abacaxi, inspirada em uma bolsa de tricô que tem lá no Kioto Costume Institute, de 1800. Achei divertidíssima e resolvi alegrar um pouco a produção com um modelo mais irreverente... Levei exatamente 7h para pregar os mais de 300 quadradinhos, mas estou contente com o resultado!
Se Carmem Miranda podia usar na cabeça, eu posso também usar a tiracolo!

24h para o processo criativo!

Criatividade.
De criar: dar existência a, tirar do nada, originar, inventar.
E como fazer isso com hora marcada? Como definir para nosso cérebro: "Olha, agora é hora de realizar a grande proeza de desenvolver produtos maravilhosos, por que afinal de contas, estou no horário determinado de trabalho e ganho dimdim pra isso!"?

Estava pensando nisto esta noite, perto da meia-noite, enquanto desenhava alguns rabiscos de uma ideia interessante que me acometeu assim, de repente, quando a luz do quarto já estava até apagada! Não estava no meu horário de trabalho! Não era nem de perto o escritório gelado e com iluminação artificial que andava metida, trabalhando das 7:30h da manhã (isso são horas?), até depois das 18h... E quem disse que meu cérebro funciona nestas condições?
Lembro que muitas vezes eu pegava papel e caneta e me sentava nos bancos do jardim, na sombra de uma árvore (felizmente a empresa tinha um belo jardim)... Recebia olhares, sem dúvida, mas estava efetivamente trabalhando e não me importava com as observações de quem não compreendia as minhas atitudes!

Sou partidária de adotarmos o sistema de "empreitadas"!Somos crescidinhos e já sabemos quais as responsabilidades nos cabem e, pode apostar, seria melhor cobrar resultados, que um cartão-ponto todo preenchidinho corretamente!Mas ao menos aqui, onde trabalho, a relação produtividade e responsabilidade ainda é fortemente vinculada com o horário de trabalho.. E eles começam cedo! Bem cedo!E espero que cedo eles percebam que nem tudo pode ser realizado com hora marcada...

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Moda dos Aspectos

Não é sobre os aspectos da moda, das cartelas de cor, do caimento dos tecidos, das formas e modelagens. É sobre a moda dos aspectos sociais.
Justiça comunitária está na moda. Resolver questões de forma sensata e flexível com ajuda de um mediador desafoga um dos canais de maior crítica nacional: o judiciário. A justiça, cega, surda, muda e lerda.

Mas onde começa a justiça?
E onde ela se mescla com a moda?

Na minha opinião, a justiça começa nas pequenas atitudes, e sem ser aplicada somente em casos de favorecimento próprio (o que, automaticamente acaba acontecendo quando se busca ser correto.). Começa no respeito no trânsito, no transporte público, no produto que compramos ou não ao considerar os impactos sócio-ambientais que ele pode causar.
E essa mesma justiça se mescla com a moda quando desconsideramos a precariedade e valorizamos a modernização do nosso guardaroupas.
Longe de mim levantar bandeira contra a moda e as empresas sérias que a sustentam. Levanto questões que o ser humano é capaz de encobrir por benefício próprio. É a questão do valor X VALOR.

Quanto vale a dignidade de um cidadão? Quanto vale o ter?
Quem abriria mão de usar as peças, as cores, os tecidos da moda, para deixar de contribuir com o mercado sustentado por escravos chineses, por exemplo?
Pois para quem não sabe, não é só na China que pessoas trabalham em condições precárias em prol da economia mundial. Aqui no Brasil, para sustentar a maior região do mercado de moda na maior cidade do país, mais de 20.000 bolivianos trabalham em condições precárias, com carga horária desumana, sem descanso ou salário. Isso faz com que grandes redes ou lojas de atacado tenham preços imbatíveis em seus produtos.

Para mim, a justiça começa na escolha. Se não é digno para aquele que produz, porque é digno para quem usa?

Claro que é necessário modificar vários aspectos para que possamos pagar impostos mais coerentes e com isso incluir mais empresários e trabalhadores de forma legal, mas enquanto pensarmos: "Só eu faço então não tem problema", não seremos capazes de tratar com lucidez qualquer que seja questão.

Livro: interessante!

Tem mais um livro que comprei, com o titulo "1000 lugares pra conhecer antes de morrer - um guia para toda vida". Pra ser sincera, quase morri de rir ali mesmo, na livraria, quando li o título! Aí nem teria chance de conhecer os famosos lugares relacionados e já partiria logo para segunda edição, muito mais completa, que contempla também boas dicas de lugares para se visitar depois! hahahaha! Não posso nem imaginar!!!! Sim, depois, por que desconsiderei a parte que diz "toda vida" na capa. Me recuso a acreditar que a vida acaba da maneira como o autor define!