terça-feira, 4 de maio de 2010

A Moda dos Aspectos

Não é sobre os aspectos da moda, das cartelas de cor, do caimento dos tecidos, das formas e modelagens. É sobre a moda dos aspectos sociais.
Justiça comunitária está na moda. Resolver questões de forma sensata e flexível com ajuda de um mediador desafoga um dos canais de maior crítica nacional: o judiciário. A justiça, cega, surda, muda e lerda.

Mas onde começa a justiça?
E onde ela se mescla com a moda?

Na minha opinião, a justiça começa nas pequenas atitudes, e sem ser aplicada somente em casos de favorecimento próprio (o que, automaticamente acaba acontecendo quando se busca ser correto.). Começa no respeito no trânsito, no transporte público, no produto que compramos ou não ao considerar os impactos sócio-ambientais que ele pode causar.
E essa mesma justiça se mescla com a moda quando desconsideramos a precariedade e valorizamos a modernização do nosso guardaroupas.
Longe de mim levantar bandeira contra a moda e as empresas sérias que a sustentam. Levanto questões que o ser humano é capaz de encobrir por benefício próprio. É a questão do valor X VALOR.

Quanto vale a dignidade de um cidadão? Quanto vale o ter?
Quem abriria mão de usar as peças, as cores, os tecidos da moda, para deixar de contribuir com o mercado sustentado por escravos chineses, por exemplo?
Pois para quem não sabe, não é só na China que pessoas trabalham em condições precárias em prol da economia mundial. Aqui no Brasil, para sustentar a maior região do mercado de moda na maior cidade do país, mais de 20.000 bolivianos trabalham em condições precárias, com carga horária desumana, sem descanso ou salário. Isso faz com que grandes redes ou lojas de atacado tenham preços imbatíveis em seus produtos.

Para mim, a justiça começa na escolha. Se não é digno para aquele que produz, porque é digno para quem usa?

Claro que é necessário modificar vários aspectos para que possamos pagar impostos mais coerentes e com isso incluir mais empresários e trabalhadores de forma legal, mas enquanto pensarmos: "Só eu faço então não tem problema", não seremos capazes de tratar com lucidez qualquer que seja questão.

Um comentário:

  1. Sou partidária do "Feito em Casa"... De dar longa vida útil àquilo que for comprado e não incentivar assim o consumo desenfreado e caótico pregado por aí!

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