quarta-feira, 14 de abril de 2010

Banalização

Em uma troca de idéias com Turco Loco, ele comentou que eles, quando iniciaram a Cavalera em 1995, não tinham nenhum conhecimento teórico em moda, e que isso na época não era difundido. Tiveram que aprender na marra, na tentativa, acerto, erro e correção. Falou também que agora era tudo mais fácil, que tínhamos acesso a mais informações e possibilidades acadêmicas...
Na hora eu discordei e ainda discordo. Ter possibilidades acadêmicas não forma bons profissionais!
Estes ousados sabiam o que queriam e por isso se dedicavam muito mais e doavam a alma para que desse certo a nova proposta, a sua causa. Exatamente por não se ter conhecimento especifico é que eles são vitoriosos, pois insistiram em algo que era intrínseco deles e não vinha do meio externo, em informações redundantes e banais tanto vistas por aí, que não abrangem nada além de um visual vil e vão.
Muitas informações são pertinentes, sim! Não tiro o mérito das universidades do ramo! E o aproveitamento quem faz é realmente a pessoa, o então aluno, com sua curiosidade, veia crítica e noção de cultura e comportamento...
Quando digo banalização, me refiro aos novos concorrentes do meio, que se formam estilistas sem nem mesmo ter estilo próprio... E o estudo permite isso, a formação acadêmica permite isso...
Permite que quem não saiba exatamente o que quer e gosta dispute um lugar ao sol ao lado de quem sabe bem onde quer chegar e como... Na época em que o Turco Loco se referia como antes, creio eu, só caminhava quem sabia qual caminho realmente queria seguir.
E então assisti mais algumas palestras e me perguntei se realmente nossos cursos de Moda estão formando bons profissionais, por que da lista de palestrantes falando sobre o universo fashion e suas possibilidades tinha jornalista, publicitário e filósofo, por exemplo...
O que estes cursos agregam? O que poderíamos aprender com eles? Talvez esteja nos faltando algo: uma veia mais crítica e pertinente e uma avaliação mais profunda antropológica e não apenas estética.
Devaneios...

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