sábado, 27 de agosto de 2011
Cultura X Cultura
Estou com isso na cabeça porque uma pessoa a quem considero muito, que acho ser muito inteligente e culta (!) me disse esses dias que não tem assim, uma cultura muito significativa. E aí, fiquei pensando o que ele quis dizer com isso exatamente.
Certamente as experiências que vivenciamos fazem com que tenhamos mais repertório, e consequentemente, se essas experiências são em grande parte voltadas para manifestações que traduzem uma linguagem específica de um grupo, absorvemos coisas novas que podemos usar no cotidiano.
Mas o que seria cultura muito significativa? Só porque tem gente que viajou mundo e meio e eu não, isso quer dizer que eu tenho menos cultura que essa pessoa, ou que minha cultura é menos signficativa que a dessa pessoa?
As visões são diferentes. O que é importante para mim, não necessariamente é importante para você na mesma situação. Seja uma música, um filme, um espetáculo de dança, seja um estilo musical, uma determinada roupa. E a maneira de encarar essa diferença é que, ao meu ver, demonstra essa coisa de cultura.
Quanto mais abertos somos a novas linguagens, menos julgamos. Conseguimos fazer as nossas críticas e mesmo assim aceitar o outro. Isso para mim é ter cultura. E é isso também que faz com que baixemos a guarda para receber de forma humilde o que os outros tem a ensinar.
Ainda que isso seja apenas 'aceitação'
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
INTEGRE (SE) INTERAJA
Hoje o que eu pensava há 11 anos é o que está em ebulição: a cultura local, as raízes, a busca pelo que é seu. Claro que o conceito se fortificou e unido a isso, está a ideia mundial de criação e globalização, que entende e valoriza a importância do contato com o máximo possível de culturas diferentes para buscar aquilo que pode ser útil tanto para manter quanto para melhorar aquilo que se tem “em casa”.
Há 6 anos conheci um empresário holandês em um voo para o Rio. Conversando, colocamos nossos pontos de vista sobre profissionais e experiências no exterior. Ele disse que, então na época, a diferença entre seu país e o Brasil era que lá todos os estudantes que iam para fora se especializar voltavam com sede de aplicar tudo que tivessem vivenciado e que pudesse ajudar no crescimento do seu país. No Brasil, a então realidade era sair para se especializar e ficar lá fora porque o reconhecimento aqui não era lá grande coisa. Esse foi o motivo da minha não ida. Eu tinha certeza que não voltaria para aplicar aqui o que eu tivesse vivenciado lá.
Escolhi o aprendizado mais informal e mais fora dos padrões que um profissional que não seja ligado a 'turismo' pode escolher. Preferi, ao invés de uma pós graduação (leia-se em seus diferentes níveis, por favor!) trabalhar em um navio de cruzeiros, onde eu teria que viver confinada com cidadãos de todo o mundo e consequentemente aprenderia mais sobre cultura geral do que pesquisando ou mesmo morando em um só país. Para mim, essa vivencia poderia até ser mais superficial do que um intercambio cultural propriamente dito, mas poderia ser também uma possibilidade diferente das viagens em datas determinadas, para cidades determinadas, para feiras determinadas pela profissão.
E foi uma experiência ... fantástica! Pelas histórias, pelas pessoas, pelos lugares. Aprendi mais línguas extrangeiras, aprendi fatores culturais, atitudes, modos e maneiras. Consegui fazer um banco de imagens que jamais imaginei fazer por toda a minha vida se alguém (fosse eu ou uma empresa) precisasse pagar por esses deslocamentos e pelo tempo empregado. Muito mais do que isso, fiz um banco de informações riquíssimo, para entender melhor para onde estamos caminhando, a sociedade. Nesse caso, mundial.
Nem sempre o caminho tradicional nos leva. As vezes ele nos trava, fecha as portas. Em contrapartida, o caminho em que se voa longe é sedutor, e pode ser que o tempo de parar nem sempre seja respeitado.
Indiferente da escolha, eu sempre digo: vá! Em busca do que seja, desde que realize primeiramente o coração. Porque criar está diretamente ligado a arte de ouvir o que o coração tem para dizer ao mundo.
domingo, 3 de outubro de 2010
Aniversários!
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Pequenas coisas (1)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Troféu Abacaxi
24h para o processo criativo!
terça-feira, 4 de maio de 2010
A Moda dos Aspectos
Justiça comunitária está na moda. Resolver questões de forma sensata e flexível com ajuda de um mediador desafoga um dos canais de maior crítica nacional: o judiciário. A justiça, cega, surda, muda e lerda.
Mas onde começa a justiça?
E onde ela se mescla com a moda?
Na minha opinião, a justiça começa nas pequenas atitudes, e sem ser aplicada somente em casos de favorecimento próprio (o que, automaticamente acaba acontecendo quando se busca ser correto.). Começa no respeito no trânsito, no transporte público, no produto que compramos ou não ao considerar os impactos sócio-ambientais que ele pode causar.
E essa mesma justiça se mescla com a moda quando desconsideramos a precariedade e valorizamos a modernização do nosso guardaroupas.
Longe de mim levantar bandeira contra a moda e as empresas sérias que a sustentam. Levanto questões que o ser humano é capaz de encobrir por benefício próprio. É a questão do valor X VALOR.
Quanto vale a dignidade de um cidadão? Quanto vale o ter?
Quem abriria mão de usar as peças, as cores, os tecidos da moda, para deixar de contribuir com o mercado sustentado por escravos chineses, por exemplo?
Pois para quem não sabe, não é só na China que pessoas trabalham em condições precárias em prol da economia mundial. Aqui no Brasil, para sustentar a maior região do mercado de moda na maior cidade do país, mais de 20.000 bolivianos trabalham em condições precárias, com carga horária desumana, sem descanso ou salário. Isso faz com que grandes redes ou lojas de atacado tenham preços imbatíveis em seus produtos.
Para mim, a justiça começa na escolha. Se não é digno para aquele que produz, porque é digno para quem usa?
Claro que é necessário modificar vários aspectos para que possamos pagar impostos mais coerentes e com isso incluir mais empresários e trabalhadores de forma legal, mas enquanto pensarmos: "Só eu faço então não tem problema", não seremos capazes de tratar com lucidez qualquer que seja questão.